Fofoca de hoje trás a diva do sertanejo, ela com a ajuda de Chris Francini, muda figurino e até a beleza diz Paula.

Prometo que não vou falar nenhum palavrão", diz Paula Fernandes, logo no início da entrevista e emenda a frase com uma gostosa gargalhada, como se fosse descumprir a promessa a qualquer momento.
Aos 33 anos, a cantora mineira está leve - e diferente. Os longos cabelos ondulados, que iam quase até a cintura, são coisa do passado. Os figurinos, com muitos corseletes, rendas e transparências, deram lugar a um visual mais clean e confortável - resultado da parceria com a personal stylist Chris Francini. "É uma fase de renovação", define Paula.
As mudanças se fazem notar também na sua música. As raízes romântico-sertanejas continuam firmes, mas seu sucesso mais recente, "Traidor", é um reggaeton. A próxima canção, ela adianta, será um blues. "Fico feliz quando estou compondo algo novo e descubro que é uma coisa que nunca pensei em fazer antes", afirma.
As apresentações de Paula também mudaram. Em 2017, a turnê Amanhecer(um espetáculo para milhares de pessoas, com enormes painéis de LED e várias trocas de roupa) dividiu espaço em sua agenda comum show bem menor, acústico, chamado Voz e Violão.
O formato permite à cantora um contato mais íntimo com os fãs, que pedem músicas e - só alguns sortudos - até sobem no palco para umdueto com ela. Paula também interpreta canções de fora do seu repertório usual, como "Dust in the Wind", do Kansas, e "The Boxer", da dupla Simon & Garfunkel.
A nova atração também é, de certa forma, uma volta às origens, quando ela se apresentava em barzinhos, só com o violão. Paula começou a cantar aos 8 anos, em Sete Lagoas (MG), onde nasceu. "Com 9, já era profissional. Aos 10, cantava em bares, confesso, mas sempre com a presença da minha mãe", lembra.
A carreira artística, entre Belo Horizonte e São Paulo, foi perseguida até os 17 anos, sem que ela decolasse para o sucesso. Nessa época, os pais se separaram. "Minha mãe e meu irmão foram morar com minha avó, e eu, com um tio. Essa desestruturação familiar junto a todos os ‘nãos’ que ouvi me fizeram entrar em depressão", conta.
A doença demorou a ser diagnosticada, e ela enfrentou dias difíceis: emagrecimento, queda de cabelo, tristeza, choro fácil e, por fim, a vontade de se matar. "Acho importante falar disso", alerta. Paula conta que fez tratamento psiquiátrico, mas que custou a aceitar que precisava tomar remédios. "O remédio é fundamental. O restante é amor da família, carinho e paciência."